9 de novembro de 2009

A Minha Flor Morreu

Um verso cruel
De Augusto dos Anjos
Matou
A minha flor.
Não terei
Sua graça,
Não beijarei
Suas faces.
Não há dor
Que cesse
Ou lágrima
Que seque:

Não há esperança.

A minha flor
Morreu.

4 de novembro de 2009

Receita

Escrevo versos
Como quem
Tem pressa.

Não me apetece
A massa aos excessos,
Mas o recheio adocicado
Ou amargo.
Não me convém
A palavra morta:
Antes aquela
Que toca e vive;
Antes o verso humilde
E a intenção do poeta.