30 de janeiro de 2013

Requiém

Di
La
Ce
Ra
Do

Par ti do
Estado

Quase morto
O coração vive

Quase vivo
Estou morto.

25 de outubro de 2012

Baile

Enquanto houver
O doce som
Dessa flauta,
Permitirei
Que cesse a dor
Que os pés trazem
De outras danças
E dançarei.

Flutuarei.

Quando der por mim,
Haverá findado o som.
Haverão passado as dores.

20 de outubro de 2012

Eterno

Tão lentamente
Escorrem as horas
Enquanto
Persiste
Essa espera.

O tempo insiste.

Para sempre
Espera-se.

17 de outubro de 2012

Dezesseis

Direi que tenho
Dezesseis anos
Sempre que dançar
Assim,
Sem sapatos,
Sem palco,
Sem música,
Sem medo.

Direi que tenho
Dezesseis anos
Ao respirar
Profundo,
Sorvendo
Utopias efêmeras
E amores eternos.

Direi que tenho
Dezesseis anos
Quando sentir
Isso,
Essa angústia,
Essa liberdade
Que não me é estranha,
Mas que não me lembro
De tê-la vivido
Aos dezesseis anos.

8 de agosto de 2012

Salto

Já saltei destas pedras
Com um corte nos punhos
E uma faca no peito.

Sem resultados.

Continuo espatifada.

5 de agosto de 2012

Fleurs

Hoje
Voltei a escrever.


Foi preciso
Coragem
Para resgatar
Versos
Há tanto
Adormecidos
No espírito.


Foi preciso
Tempo
Para que se curassem
As palavras
Debilitadas
Que restaram
Ao poeta.

Coragem
E
Tempo.

Agora,
Entre tantas dores,
Nas cicatrizes
Prosperam flores.

17 de fevereiro de 2011

Auto-Retrato

Aqui dentro,
Batem asas amarelas:

Alto,

Alto.

Sem esforço,
O vôo leve,
Livre,
Belo,
Alegre
- Ou triste.
Toda a essência
É simplesmente,
Ardentemente,
Livre!

Borboleta
De asas amarelas.

Por fora
Sou pateticamente comum.

6 de janeiro de 2011

Poema calado

Corre a lágrima,
Comedida,
Disfarçando trôpega
A calada mágoa.

Muitas vezes
A mulher é isso:

Silêncio.

21 de julho de 2010

Tenho perdido as palavras, a vontade de escrever. O poeta não está morrendo, mas tornando-se volátil. Os versos saem calados, como agora, nessa angústia.

11 de maio de 2010

26 de fevereiro de 2010

Ansiedade

A ansiedade
É prova de querer-te
Sempre por perto.
Não há melhor lugar de estar
Que não seja
Onde estás.

Leva-me contigo:
Eu só quero ouvir
- Segue comigo.

29 de janeiro de 2010

As Pupilas Alheias

Tantos mistérios
Estão abrigados
Nas pupilas alheias:

O que desejam me dizer?

Prefiro um verso em branco
Que esse incômodo
Profundo.